Com os avanços da inteligência artificial e a transformação acelerada do mercado de trabalho, a pergunta que inquieta especialistas é: o que a escola deve, de fato, ensinar? Cada vez mais, a resposta aponta para competências que vão além do cognitivo — como empatia, autocontrole, resiliência e propósito.

De acordo com o relatório “Future of Jobs 2023”, do Fórum Econômico Mundial, 75% das habilidades mais valorizadas nos próximos cinco anos serão socioemocionais. Instituições de ensino que desejam preparar seus alunos para o futuro já estão incorporando essas competências como parte estruturante do currículo.

Renata Syllos Dutra, educadora com especialização em desenvolvimento emocional, afirma que essa mudança já começou em escolas brasileiras comprometidas com uma formação integral. Entre 2017 e 2018, Renata foi responsável pela implantação do programa “LIV – Laboratório de Inteligência de Vida” em instituições do interior paulista, além de ter atuado como professora de inteligência emocional por meio do Projeto Semente.

Renata Syllos Dutra, educadora com especialização em desenvolvimento emocional

“As emoções são as lentes pelas quais o aluno enxerga o conhecimento. Ignorá-las é comprometer todo o processo de aprendizagem”, defende Renata. Ela ressalta que não se trata de substituir o conteúdo tradicional, mas de integrá-lo a práticas que desenvolvam consciência emocional, escuta empática e trabalho em grupo.

A especialista observa que os resultados são visíveis: melhora no rendimento, redução de conflitos, aumento da autoestima e maior engajamento com o projeto de vida. “A escola do futuro será aquela que preparar o aluno para ser humano, antes de ser profissional”, conclui.